Michele Mabelle

Michele Mabelle

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Ossos do oficio

Estava olhando as minhas mãos, estão ásperas, grandes, pesadas e com calos duros por causa do cajon! Antes eu só tinha calos nos nos dedos devido as cordas do violão, agora eles se complementam e aquela mão delicada e feminina se transformou numa mão com personalidade própria e pesada. Esses calos me dizem que sou tão forte como eles, se existe calos nas mãos, deve haver calos tbm na alma, na pele, no linguajar, no sentir, porque toda experiência nos molda e nos faz ser mais.
Meu trabalho não tem preço e sim valor! Muitas vezes nem o maior cachê do mundo vai pagar, e outras eu vou tocar na rua pra quem merece e precisa de um pouco de arte. O valor de um artista não está no $ cifrão, triste é o pássaro que só canta dentro da gaiola assim como o artista que limita a sua arte. Escolher esta profissão é escolher tbm a liberdade de ser e fazer o que se é somente! E foi por isso que deixei pra trás, a vida engravatada, as contas em dia, as noites de sono e o despertador me avisando que é segunda feira, assim como os padrões sociais que me corrompem para que eu seja obrigada a trab com que não gosto para possuir bens que me fizeram acreditar que preciso!
E por falar em liberdade, estou com muita saudade de tocar na rua, lugar onde fico despida de vaidades, conceitos, preconceitos, julgamentos, rótulos e padrões e vestida de sorriso, amor, troca sincera, alegria, reconhecimento e arte! Olho no olho, ao vivo e cores, cantando e tocando pra pessoas reais de todas as classes e idades e me doando para cada uma delas! Estou me preparando pra voltar!





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